Time by ZORBA
* Álvaro de Campos
enterro o lirismo dos dias vazios a viver palavras de alucinação
hoje sonho. acordada. porque quero. porque é urgente que sinta
ainda que doa.
senti demais para poder continuar a sentir*. talvez. sim. é verdade.
o talvez nem é palavra que me habitue a usar.
hoje. de olhos abertos. esqueço que ganhei em flacidez de pele
o que cresceu em desejo por ti. quero-te. nunca te tive nem terei
mas quero. com força de felino. com movimentos ondulantes de gata
com uivos de cio por dar. a querer soltar-se.
fazes-me falta como a água à sede.
fazes-me falta e eu sonho. acordada. para poder lembrar.
hoje sonho. acordada. porque quero. porque é urgente que sinta
ainda que doa.
senti demais para poder continuar a sentir*. talvez. sim. é verdade.
o talvez nem é palavra que me habitue a usar.
hoje. de olhos abertos. esqueço que ganhei em flacidez de pele
o que cresceu em desejo por ti. quero-te. nunca te tive nem terei
mas quero. com força de felino. com movimentos ondulantes de gata
com uivos de cio por dar. a querer soltar-se.
fazes-me falta como a água à sede.
fazes-me falta e eu sonho. acordada. para poder lembrar.
re-provo. gosto tanto o teu gosto!
e o milagre. sem redondilhas. dá-se no meu corpo suado e ansiante...
- foi tão bom meu amor! descansa agora.
hei-de voltar.
e o milagre. sem redondilhas. dá-se no meu corpo suado e ansiante...
- foi tão bom meu amor! descansa agora.
hei-de voltar.
* Álvaro de Campos