piso os olhos na madrugada insone. uma mais. não há um som na noite.
nem o piar de uma ave nocturna. nada a não ser eu. eu e Deus a rir da minha ilusão de ser importante o suficiente para que me olhe ou me chame.
nada. eu rosto-tronco de árvore. dia a dia mais áspero ao olhar alheio. a esquecer o esgar de sorrir. a apagar a palavra do vocabulário. quase.
nada nesta noite. como em tantas. falso - há um monte de livros à espera que os leia. ali. na minha frente.
terei perdido os encantados olhos de ler ao perder o encanto de viver?
deve ter sido.
estou a escrever porquê? para quê? para quem?
por puro desfastio. por tique ou vício. não para dizer nada. já não sei de nada por dizer. talvez por isso não leia. deve ser. tudo foi dito de uma forma ou outra.
era preciso inventar uma outra língua. feita de palavras só de esperança e beleza.
não sei como se faz. desisto e vou dormir.
quem sabe pensando em ti até o sono vir eu ressuscito?
Amiga minha,
ReplyDeleteTe chamo assim porque gosto muito de cultivar em mim o carinho que te tenho.
Hoje, acordei tão triste. motivo? não sei. ou talvez saiba e não admita saber para não ficar mais triste ainda. acordei com desencanto. sentindo cansaço sem razão. talvez por estar tão imobilizada diante de tanta coisa. aí resolvo ouvir música e escuto a canção que estou mandando para você, em anexo. fiquei mais triste. a canção é linda mas, triste para o meu acordar. passei a manhã pensando. coisas, nada especial ou tudo podia ser especial. pensei em coisas que me entristecem, são tantas, melhor deixar de pensá-las.
Perto do fim da manhã você chega...por aqui..... trazendo para mim a sua "poesia" - ao seu modo e jeito de fazê-la...
É uma palavra aqui, outra ali, encadeia pra mim o sentimento de hoje não necessariamente igual, interpreto por hora uma pequena familiaridade em um trecho ou outro. e me atenho ao seu desejo de "reinventar outra língua" algo enriquecido de "esperança e beleza" para dizer de outra forma, talvez da minha necessidade de ouvir, de saber, que há algo ainda solto no ar e tudo poderia ou poderá ser ainda melhor um dia, ou numa época que se aproxima. quem sabe?
O bom de depois de lêr você? - aquieto esse desencanto que me acordou. voltei a realidade , ainda há esperança e a dança de suas palavras avizinha que nem tudo está perdido, ainda posso ressucitar e ver o "meu" mundo melhor amanhecido: só para parafrasear você..ainda que essa não seja a intensão de sua escrita.
A guardo comigo, naquele lado bom que nossa convivência descobriu e assim me dou ao displante de lhe interpretar ao meu jeito e maneira...hahaha coisas de "menina mimada" que no fundo no fundo resolveria muitos problemas se tivesse a cabeça deitada num colo - doce como nos sonhos -, mas a realidade, é uma realidade cruel e separatista que vivo: coisas do inexplicável viver. E só o processo tecnológico é capaz de juntar. por enquanto.por enquanto. ainda não perdi de todo a teimosia de mudar os rumos das coisas.
Ah! hoje estou meio acabrunhada. acredito que fiz tão pouco, lutei tão pouco, pesa-me a responsabilidade de meu lugar não ser melhor de viver. por outro lado não acho justo me cobrar tanto, afinal nunca fugi a luta. ela só não teve tempo suficiente, o tempo insiste em ser curto.
Entretanto tenho você. E isso por certo minimiza todos os problemas que não consigo resolver. Em todas as suas linhas escritas há sempre algo que misteriosamente vem e faz eu me sentir melhor, apesar de tudo. E isso tem me impulsionado a acordar todos os dias, ainda que o dia amanheça tão tristemente ruim como o de hoje.
Mas,
Você o salvou!
E amar não é isso? "Ser-se salvo" (me disse uma vez paperlife) Me aproprio disso. Sua amizade me constrói. Agradeço muito e sempre.
beijos para minha amiga tão querida
com carinho
Emmy Della-Porther
Digo bem quando teus textos inspiram.
ReplyDeleteEsse encantou-me sobremaneira.
Um abraço a Senhora das novas palavras.
D.
lindo texto parabéns
ReplyDeletebeijos
Della, parece um elogio fúnebre. :)
ReplyDeleteObrigada pela tua amizade de desde que nos conhecemos. Bjinhos.
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D. muito obrigada.
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Lmatta amiga, obrigada e boa sorte em tudo! Bjs
Cada palavra de ti é palavra de dizer.sentidos.
ReplyDeleteBeijinhos.
Olá Madalena vim deixar beijinhos, dizer que este Blog está lindo e quanto ao que escreves.. uma maravilha
ReplyDeleteTchi, obrigada pela simpatia. Nesta fase estou com os sentidos "mortos". Pelo menos é assim que me sinto. Bjinho.
ReplyDeleteOlá Raposo dos caminhos campestres. Já nem te esperava. É bom reencontrar-te, pelo menos aqui. Obrigada.
ReplyDeleteBeijo amigo (tu também exageras mas... eu preciso de mimo nesta fase).
:)
Gostei do nome do seu blog. Rosto de árvore! Isso é muito bom. Costumo dizer que o homem deveria ter raízes como as árvores. Que o mal do homem de hoje é ter perdido as suas raízes. Não tinha pensado no rosto. Isso é muito bom.
ReplyDeleteDepois, um anjo se ocupa de minha alma enquanto eu invento uma nova língua pura como a água e as árvores. Oba!
Um beijo.
Obrigada, José Carlos Brandão.
ReplyDeleteAinda bem que gostou. Lamento que tenha encontrado o blog numa fase meio parada (ou serei eu que estou?) mas isto há-de passar e espero que possamos contemplar, todos juntos, um rosto de árvore.
Abraço.
Sabes, Madalena?
ReplyDeleteQuando não há rios que me levem até ti... há um esgalho de uma árvore onde me pendurar.
Dás-me licença que (te as)salte?
Beijo.
E por falar em anjos, perdemos um.
ReplyDeleteQuanto ao texto:
Interessante pensar a quem entregaríamos a nossa alma. Sua escrita como sempre intrigante e provocativa.
Um abraço
D.
por favor ,Madalena ,não ressuscites .dixa.te ficar assim ,adormecida ,e escreve
ReplyDeleteapenas isso
escreve
como se cada palavra fosse uma folha da árvore que acabaste de plantar
.
um beijo
miúda,
ReplyDeletejá que não posso comentar o teu poema ,deixa.me apenas pedir.te
por favor
não pares.
ouviste?
estás proibida de parar
agora que eu voltei ,amiga!?
.
um beijo
Um ramo de papoilas para que não pares de escrever.
ReplyDeleteBeijo
Gostei de tè-lo feito. Aqui coaduno de sua opinião. Também muito.:)
ReplyDeleteEu Clandestino. Tu Rostos de árvore.
Um abraço, à Senhora
D.
Obrigada a todos/as.
ReplyDeleteQuando consegui voltar a juntar duas letras publiquei-as no Rios. Mas isso é escrever?
Há gente tão forte na pobreza de espírito que consegue matar qualquer intuíto de criar...
Beijos.
Tu és forte de espírito. Tu és MULHER CORAGEM.
ReplyDeleteE há muitas palavras que tens para dizer, mesmo que sejam só para ti.
Confiança.
Abraço grande.
De um lado salto a ponte para outro. E vejo-te sem "as palavras". Terás sempre a imagem do que vês e nos transmites: se fotografares um rio dizes "vai o rio" e a gente entende.
ReplyDeleteSe fotografares uma nuvem dizes: "desfaz a nuvem" e a gente entende...
Se uma mulher sozinha, perceberemos "o deserto" ...
assim, como sempre, a estima.
Bjinho
"era preciso inventar uma outra língua. feita de palavras só de esperança e beleza. " para quê se elas aqui estão!
ReplyDeleteUm árvore cujos ramos adejam em sílabas feitas palavras de sentir.
Bj.
inventar, a palavra de faz andar o mundo...
ReplyDeleteninguém melhor que eu pode ocupar-se da minha alma. alguém que queira fazê-lo quererá somente transform-la numa outra semelhante à sua própria alma. que, possivelmente, desconhece...
ReplyDeleteos poemas são lindos. mas que sejam só poemas. sentidos, mas fingidos.
ReplyDeleteandarás a fingir que é dor, a dor...
um beijo enorme.
porque a tua prosa é poesia.
ReplyDelete*
ReplyDeletecomo poderei comentar-te ?
reduzo-me á insignificância
de que sou feito e apenas
dizer que passei aqui,
gostando do que escreves,
,
conchinhas serenas, deixo,
,
*
belo texto!
ReplyDeletesem grandes rodeios(já me conheces)
ReplyDeletevim ler-te
:-)
bjs madalena